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Aposentado volta à ativa e preenche vaga

Mas há também companhias que procuram fazer um "bem bolado": contratam profissionais aposentados.

Autor: Márcia De ChiaraFonte: Estadão

Empresas buscam alternativas para atenuar o impacto da escassez de mão de obra. A principal saída é recrutar estudantes de universidades e escolas técnicas e treiná-los intensivamente. Mas há também companhias que procuram fazer um "bem bolado": contratam profissionais aposentados. Com isso, suprem parte da escassez de trabalhadores qualificados e esses profissionais acabam sendo "instrutores" dos mais jovens.


A Cast, por exemplo, segue esses dois caminhos. Faz quatro anos que a empresa criou um centro de formação de pessoal dentro de uma de suas fábricas em Araraquara (SP). José Calazans da Rocha, presidente, conta que a escolha do local foi motivada pelo fato de a cidade estar próxima de grandes universidades. "Intensificamos o contato com as universidades para recrutar mão de obra e treiná-la", diz o executivo. Ele acrescenta que está contratando aposentados.

Esse é o caso de Sérgio Simon, de 54 anos. Depois de 30 anos de trabalho no Banco do Brasil, ele não teve tempo de descansar após a aposentadoria. Com duas semanas de aposentadoria, ele já estava sendo recrutado para trabalhar na empresa de desenvolvimento de tecnologia bancária.

Casado e com três filhos criados, Simon diz que está vivendo hoje a melhor fase da sua vida. "O trabalho não é mais estressante para mim." Com a economia acelerada, "há escassez de especialistas graças a Deus", diz.

Nessa nova etapa, ele relata que não dá para relaxar. "Apesar da experiência acumulada, é preciso se capacitar permanentemente, senão os mais jovens passam por cima." Ele que coordena uma equipe de 15 pessoas, com idades entre 20 e 27 anos, dá a receita para ser respeitado pelos mais jovens: manter a competência profissional.

Já a Brasanitas decidiu intensificar o treinamento. Segundo o gerente de Treinamento, Waldomiro Sesso Filho, a empresa começou 2010 treinando 2,4 mil novos funcionários por mês. Mas os números cresceram e a média mensal superou 6 mil entre outubro e dezembro. "Estamos fazendo treinamentos intensivos para compensar a menor qualificação dos contratados."

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