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Mercado prevê corte maior no juro básico ainda neste mês

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O mercado financeiro projeta um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 13,25%, já na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a ser realizada no fim deste mês. No levantamento da semana passada, a previsão das cerca de 80 instituições financeiras que respondem ao Boletim Focus era de um corte de 0,25 ponto no primeiro encontro do Copom. A projeção para a taxa Selic no fim do ano está em 12%, ante 13% na pesquisa de um mês antes. "A gente está acostumado a ver a taxa de juros subir de elevador e descer de escada. Mas agora temos uma situação diferente", disse Andrew Storfer, diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Segundo ele, é provável assistir ao Copom fazer toda a derrubada da Selic ainda no primeiro trimestre do ano. "Os cortes deveriam vir no segundo trimestre, porém devem ser feitos já no primeiro", afirmou. "A questão é a forma como isso vai acontecer. Ou a queda se dá de 0,25 ponto percentual em 0,25 ponto percentual, ou o Banco Central opta por reduzir em 0,50 ou até mesmo 0,75%", diz Storfer. "O Copom pode fazer o primeiro ajuste nas próximas reuniões, e manter a taxa para observar o comportamento da economia", explicou. Havia uma perspectiva de queda gradual, segundo Storfer, por causa da interferência das eleições de 2010. "O governo poderia optar por deixar para fazer a derrubada aos poucos, porque depois poderá ficar sem margem de manobra. Se reduzir tudo muito cedo, o que poderá ser feito mais para frente?", questionou. Por outro lado, o diretor da Anefac diz que a economia já deu sinais suficientes para a autoridade monetária agir. "Existiam muitas dúvidas, e foi isso que fez o BC manter a taxa e agir com cautela nas últimas reuniões. Agora, com outras informações, é possível fazer um ajuste de patamar e dar um recado forte para o mercado", destaca. Segundo Storfer, algumas das incertezas do BC estavam relacionadas ao repasse da influência do câmbio para os preços e ao nível de aquecimento da demanda. "Hoje, não há dúvida sobre a desaceleração da economia", completou. "Ao fazer ajustes no primeiro trimestre, o governo poderá sentir os efeitos na economia real ainda esse ano, associados aos investimentos que está fazendo e outras ações tomadas paralelamente", disse o economista e diretor da consultoria Planning e da Plurimax Asset Managenent, Cláudio Gonçalves. Os outros indicadores presentes no levantamento feito semanalmente pela autoridade monetária permaneceram praticamente inalterados. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como inflação oficial, deve fechar 2009 em 5%, como já era estimado na semana passada. O número ainda está acima do centro da meta definido pelo governo, em 4,5%. A estimativa para o fechamento do dólar também não sofreu alteração entre a última semana de 2008 e a primeira de 2009, permanecendo em R$ 2,25. "O dólar entre R$ 2,20 e R$ 2,25 não é ruim. O dólar a R$ 1,60 é que não é um câmbio de equilíbrio da economia. Muitas empresas estavam perdendo competitividade", contou Gonçalves. No que diz respeito ao setor externo, as instituições financeiras prevêem que o saldo da balança comercial encerre o ano positivo em US$ 14,5 bilhões, ante previsão de US$ 15 bilhões na semana passada. Houve melhora, no entanto, nas projeções do Investimento Estrangeiro Direto (IED) a ser realizado no Brasil. No fim de 2008, os agentes econômicos previam aportes de US$ 21,5 bilhões, ante US$ 23 bilhões na pesquisa divulgada ontem. No que diz respeito ao crescimento econômico para 2009, foi verificado recuo na previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,44% no fim do ano passado, para 2,40%. "Esta projeção está otimista", afirmou Gonçalves. "Em meados de outubro de 2008, falava-se em um PIB de 4%. Alguns analistas americanos trabalham para 2009 com o PIB brasileiro em 0%", contou. O economista disse que os próximos meses trarão dados para uma análise melhor do cenário.

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